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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Reflexões sobre a postura do terapeuta de Constelações Sistêmica


Enquanto Musicoterapeuta, costumo me questionar na forma como nos colocamos perante um cliente/paciente e o observamos pois, a comunicação não verbal especificamente a música, é a matéria-prima desta terapia.
Esta observação/leitura requer o desenvolvimento dos sentidos e das percepções do terapeuta de maneira que este não julgue e/ou interprete as formas de expressão deste cliente/paciente. Costumo dizer aos meus alunos: “precisamos confiar e aceitar estas expressões de comunicação da maneira mais singular possível...” o próprio sistema do cliente/paciente nos indicará o caminho a seguir... é ele e somente ele (o sistema) capaz de apontar o caminho para a sua verdade e necessidade. Isto é individual e específico em cada caso apresentado.

Para que isso possa acontecer, o terapeuta precisa trabalhar e muito seus conceitos e principalmente os paradigmas absorvidos em toda sua formação, seja ela na vida pessoal quanto na vida profissional...
Por que? Porque caso o terapeuta (musicoterapeuta) interfira nas expressões de seus clientes/pacientes com seus conceitos e interpretações, ele perderá o foco e, consequentemente, perderá o caminho que levará à verdade resolutiva ao cliente/paciente.

Mas, como isto poderá se relacionar com a postura do terapeuta sistêmico?

Assim como na Musicoterapia, o terapeuta sistêmico precisa confiar no sistema deste cliente, saber escutar/olhar, selecionar a questão essencial do tempero adicional, dos excessos que poderão tirá-lo do foco principal. Intervir quando percebe sentimentos secundários, ou seja, aqueles sentimentos que apenas o desviarão do caminho para a verdade pois, segundo Hellinger(2001), são sentimentos adotados de outra pessoa de forma inconsciente e não da pessoa em questão e, podem funcionar como defesas do cliente para com a questão primordial.

Ao mesmo tempo, o terapeuta sistêmico precisará estar aberto ao cliente para escutar/olhar os detalhes que estão lá, de forma sutil e simples, mas estão lá naquele sistema, mesmo que este cliente não fale, aliás, muitas vezes e na maioria delas, esta comunicação se dá de forma não verbal e sim através de sensações/percepções ligadas aos cinco sentidos do terapeuta e que demonstrarão a verdade necessária para aquele cliente e seu universo sistêmico.

O terapeuta sistêmico facilitará a entrega do cliente para com seus próprios sentimentos e emoções, sem interferir através dos famosos feedbacks, característicos das terapias convencionais. Este terapeuta precisa estar inteiro, totalmente voltado ao cliente para que seja possível a conexão com o campo deste e assim compreendê- lo, visualizar a questão neste campo sistêmico e aí sim iniciar as intervenções. Confiando no sistema, os movimentos advindos deste, surgem de forma muito natural, tais movimentos são denominados por Hellinger como “movimentos do
amor”.
Quando estes movimentos se interrompem, o terapeuta poderá conduzir o cliente até esta interrupção e reconduzi-lo de maneira que esta intervenção produza no cliente, conforme Hellinger(2001), “uma paz profunda”. O amor é o ponto chave da terapia. Portanto, se encontramos o amor, amor incondicional, chegaremos a raiz do cliente e, consequentemente encontramos a solução


Finalizando esta reflexão, não poderia deixar de mencionar o profundo respeito que o terapeuta sistêmico apresenta para com o cliente. Sem esta condição básica, não será possível desenvolver um trabalho positivo e de aceitação.

Encerro esta reflexão mencionando um trecho sobre a definição de música para os musicoterapeutas e que, para mim, cabem diretamente na postura do terapeuta sistêmico:

“...como tal, a significação e a beleza podem ser encontradas na música propriamente dita (no caso da terapia sistêmica, é o campo sistêmico do cliente), no ato de criar ou experimentar a música (o espaço para os 
movimentos do amor nas constelações sistêmicas), na pessoa (o olhar que vai além do visível e da aparência) e o universo (o próprio campo desta pessoa, seu universo sistêmico)”. 
Cristiane Amorosino







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